reportagem especial

Na disputa pela ESA, o que as demais cidades oferecem?

Marcelo Martins e Natália Müller Poll

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Foto: Divulgação

Há mais de sete décadas em Três Corações (MG), ainda no ano passado, o Exército sinalizou que a escola já não comportava a estrutura necessária para o preparo dos alunos. A partir dali foi dado início a uma ampla procura por um local que atenda às demandas e exigências (veja ao lado). Naquele momento inicial, 16 cidades estavam no páreo. Depois, à medida que o processo foi afunilando, restaram oito. Até que, após nova exclusão, sobraram as três finalistas: Santa Maria, Ponta Grossa (PR) e Recife (PE).

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No caso da cidade paranaense, os Executivos municipal e estadual sinalizam com a doação de um terreno ao Exército para a instalação do complexo acadêmico e logístico. Santa Maria, neste sentido, já conta com área própria do Exército para a instalação da ESA.

Conforme apurou a reportagem, a unidade educacional tem necessidade de, ao menos, uma área de 45 quilômetros quadrados, já que o espaço construído necessário é de aproximadamente 2 mil metros quadrados. Já a área de treinamentos necessitaria de 40 km². Ponta Grossa tem ainda duas grandes estruturas militares, que são referência para o sul do país: o 13º Batalhão de Infantaria Blindando (BIB) e a 5ª Brigada de Cavalaria Blindada, que tem entre as unidades o 3º Regimento de Carros de Combate (RCC). No ano passado, o governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), sobrevoou Curitiba e outras partes do Estado, ao lado de militares, na busca por uma área.

Já a capital pernambucana Recife, para que possa receber a estrutura, acena com um terreno no Campo de Instrução Marechal Newton Cavalcanti, em Aldeia, que fica em Camaragibe. Também há, desde o ano passado, um movimento capitaneado pelo poder público e pela sociedade civil organizada. Os Executivos municipal e estadual têm mobilizado as forças produtivas para conquistar a ESA.

MOBILIZAÇÃO GAÚCHA
Já aqui, no Rio Grande do Sul, o governador Eduardo Leite (PSDB) também tem capitaneado uma ampla frente suprapartidária para que a escola venha. Além disso, Santa Maria tem o apoio das mais expressivas e representativas instituições produtivas do Estado: Fiergs, Fecomércio, Federasul e Fetergs. Os deputados estaduais Valdeci Oliveira (PT), Giuseppe Riesgo (Novo), tenente coronel Zucco (PSL) e o senador Luis Carlos Heinze (PP) também reforçam as trincheiras da política gaúcha.

A DIMENSÃO DO INVESTIMENTO
O Exército e os números da economia local:

  • A ESA, se vier para Santa Maria, representará um aporte de R$ 1,2 bilhão na economia local
  • O valor contabiliza, ao todo, a construção de mais de 40 prédios
  • A estrutura, uma vez feita, prevê ainda uma nova vila militar (a ser erguida no Bairro Caturrita)
  • A escola, que atualmente fica em Três Corações (MG), terá até cinco anos para se instalar em Santa Maria
  • Além disso, a prefeitura projeta um acréscimo de R$ 250 milhões na receita do município com os salários dos 2,2 mil alunos da ESA
  • Todos os anos, os salários, com militares da ativa e da inativa, somam a cifra de R$ 460 milhões na economia da cidade
  • Acrescido a esse valor, o Exército emprega mais de R$ 110 milhões, atualmente, com as compras de suprimentos e contratação de serviços




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